segunda-feira, janeiro 28, 2013

Entrevista de Janeiro/13


REVISTA JORRES
ENTREVISTAS & CONQUISTAS
  
28ª Edição: Janeiro/13




"E para começar as Entrevistas & Conquistas de 2013, convidamos uma pessoa que tem muitas histórias pra contar da sua época de Jorres. E muito além disso, uma pessoa que sonhou e planejou com o Jorres e hoje colhe belos frutos. Quem não tem saudade do Claudemir, mais famoso Toli!" 


J: Para quem ainda não o conhece, quem é o Toli?

T: Não sei me descrever, é meio difícil... mas tenho o gênio muito forte, gosto das coisas corretas como qualquer outra pessoa, uma pessoa que gosta de viver a vida como qualquer outra e que também não tem sangue de barata. (risos)


J: Conte como foi a sua história com o Jorres?

T: Foi engraçado! Eu lembro como se fosse hoje. Eu morei no Marabá durante quase 20 anos, logo quando mudei para o bairro eu comecei a trabalhar na padaria do Marabá e dali a gente tinha uma visão bem clara de tudo que acontece na frente da igreja e com isso me despertou uma certa curiosidade em querer saber o que um certo grupo de pessoas, aparentemente da minha idade ou mais novos, faziam num sábado no início de noite na igreja. E com isso eu peguei essa curiosidade, fui, gostei e fiquei durante quase 4 anos. Aprendi muita coisa, consegui passar muita coisa também, mas digo que aprendi muito mais.

JDentro do Jorres você deve ter vivido momentos inesquecíveis. Cite alguns deles.

T: Acredito que a grande maioria deve responder é sobre a amizade. Criamos um ciclo muito grande e forte, gerou um certo legado de ter finais de semana em que tinham 100, 110 jovens dentro da igreja, cada um com seu propósito, cada um com seu jeito, cada com seu princípio, suas ideias e jeito de se expressar, isso foi um dos fatos marcantes pra galera que começou. Mas tinham também os cafés da manhã de domingo depois da missa, aquela ideia de combinar de acordar as pessoas de uma maneira não muito peculiar mas sadia, uma coisa inocente, não era um grupo separado que fazia isso, era o grupo inteiro que fazia. Os passeios também eram muito legais, juntávamos a galera inteira pra ir no Ibirapuera, imagina aquele batalhão de 30 pessoas pegando ônibus no Campo Limpo, parecia um arrastão... Mas eram coisas muito legais. Se falar aqui não vou parar mais. 


JNós sabemos que na época o grupo era muito forte com os trabalhos e você participou de muito desses trabalhos. Quais eram esses trabalhos e qual você mais gostou de fazer?
T: Os mais interessantes foram justamente para o pessoal mais antigo "A casa dos monstros" que foi um dos maiores trabalhos dentro da paróquia e da comunidade sendo fundamental para conseguirmos um respeito com o pessoal mais velho, mais conservador e até mesmo com o padre e que trouxe uma ajuda muito grande pra comunidade. Os trabalhos que existiam na época eram todos dentro da antiga quermesse do Marabá e que foram momentos únicos. Foi montado uma casa do terror dentro do salão da igreja, algo estranho até, tinha o almoço que a comunidade fazia e a gente ajudava na cozinha, ajudava a servir, nas feijoadas... Tenho bastante lembrança até de amigos que se foram, mas todas eram dentro da quermesse. Eram trabalhos bem puxados, pois ficávamos o final de semana todo lá trabalhando, e tinha uma certa complicação porque tinha um pessoal mais novo que ajudava e os pais não acreditavam muito e quando iam lá conferir viam o trabalho feito falavam que era um trabalho muito legal. Tinha muita gente que tinha problema com horário e tinha uma hora certa pra ir embora e que não podia passar daquele horário, já o pessoal mais velho não tinha tanto problema. Participei dois anos da procissão, não foram papéis principais, como Jesus (risos), foi apenas figurante. Nas missas também fiz alguns teatros nas ações de graça. Teve um tempo que eu estava aprendendo a tocar violão e toquei em algumas missas também. Foi tudo muito gratificante. 



JVocê era uma pessoa muito querida na época de grupo de jovens, na sua opinião, qual era o fator que fazia as pessoas quererem ficar perto de você. Você atribui isso ao humor?

T: Hoje mais velho, quando olho pra história eu digo que chegávamos a ser "inconsequentes", porque eu e uma galera que era mais velha éramos como "pastores de ovelhas" e tudo que fazíamos essa galerinha mais nova também fazia e nem sempre trazia um resultado legal.
Claro que assim, era querido por muitos e odiado por poucos.
A questão do humor também é engraçado, não só eu como outros,  falavamos umas certas "besteiras" e quebrava um pouco aquela situação de compenetrado porque precisava de um momento de descontração, de mostrar para as pessoas que existe uma vida lá fora.
Pegamos uma época que era o início da Renovação Carismática e o padre tinha ideias bem diferentes sobre a renovação, e por ter um pouco daquela coisa do Padre Marcelo, um tipo de "oba oba", acabava não sendo bem visto, achando que era uma bagunça e achavam que nem todos tinham o mesmo propósito, mas a gente sabia o que era certo e errado e por isso entrava o humor para quebrar a situação, as pessoas davam risada, se sentiam mais soltas, abertas e receptivas e percebiam que o Toli, o Cleber, o Junão, o Maurício não são seres intocáveis, eles também são de carne e osso como qualquer um e pelo humor abriu essa oportunidade de afinidade com os demais.   

JO que o Jorres te acrescentou e que você levará para o resto da vida?

T: O respeito, a amizade, o carinho do próximo, o caráter, mas o Jorres deixou também pra mim o amor que devemos ter com a família, pois quando estávamos reunidos nos momento de canto e oração estavam ali porque gostavam e outros porque queriam fugir de certas situações dentro de casa, de pais que brigavam, com problemas de separação e foram situações que eu não passei dentro da minha casa e isso me ensinou a valorizar a minha ainda mais. E outra coisa que acho muito legal, toda vez que eu vou na casa da minha mãe no Marabá e passo na frente da igreja e vejo um grupinho conversando, eu fico feliz, pois era isso que a gente fazia, por mais que o assunto não me interesse, você passa e vê que a chama não apagou. Daqui 10 anos vão querer entrevistar todos vocês, só não vão querer entrevistar o Leandro porque aquele foi um que a gente deixou ali pra sempre. (risos)

JVocê ainda tem contato com o pessoal da sua época?

T: Sendo bem sincero, não tenho mais, mas não porque quero, mas porque uma boa parte daquela galera tem mais de 30 e estão todos com família, mas vejo muito o Edvan que é meu vizinho, a Sandra que casada com o ele, o Reinaldo que será meu vizinho, o Alex que me ensinou a tocar violão e que também será meu vizinho (risos),  a Cris também, mas do Marabá mesmo eu sei quando vou na casa da minha mãe que eu passo na frente da casa da Lilian, passando pela rua eu vi o Cleber "F", fui na padaria e vi o Luiz e paramos pra conversar, a Elielza também conversei com ela num almoço que teve aqui no prédio. Todos que estão acima de 30 foram cuidar da sua família, pois já estão casados, formados. Tenho contato com alguns no MSN, no Google talk, tenho Google + que as pessoas não têm, só não tenho facebook. (risos)


JComo é o Toli profissional e em casa?
T: Ta aí uma pergunta difícil de responder porque eu não me imaginava tendo minha casa, sempre fiquei debaixo da saia da mamãe, mas uma hora tem que sair... Mas geralmente quando eu estou em casa eu gosto de assistir uma TV, jogar um video game, vou na piscina, levo minha esposa e minha filha no shopping, pra almoçar ou jantar fora, tenho um cotidiano normal como qualquer pessoa. No aspecto profissional trabalho desde antes da padaria do Marabá, após a fase do exército tive a oportunidade de entrar para área da Informática e estou nessa vida até hoje, claro que com o passar do tempo você vai criando objetivos que requer sacrificar o seu tempo que é escasso. Mas em casa eu gosto de sentar no sofá, ver uma novela, ser humano precisa de uma cultura inútil, agora vai ter o Big Brother, é legal pra ver até onde o ser humano pode chegar (risos).
Queria aproveitar para parabenizar pelo trabalho de vocês, se me perguntassem a 15 anos atrás se hoje vocês fariam esse trabalho eu diria que não, mas acho que, com o passar do tempo, com o avanço tecnológico, nos dá uma oportunidade de escrever uma história de forma diferente. Se fosse na nossa época seria bem mais difícil e sem toda essa tecnologia. Mas parabéns pelo trabalho. E que vocês continuem com esse legado, passando para outras pessoas até todo mundo ficar velho e ir para um asilo e contar essas histórias. (risos)

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Edição, Redação, Fotos e Idealização: Ministério Jorres de Comunicação
Deus abençoe a todos os nossos leitores, ;D

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